domingo, 24 de outubro de 2010

A palavra plural “vidas” reafirma a reencarnação?

Um espírita argumentou que a palavra “vida” no hebraico é plural e, por isso, a doutrina da reencarnação seria bíblica. Isso é verdade? Há outros argumentos mencionados por ele e gostaria que me ajudasse…

Introdução

Severino Celestino da Silva tem argumentado fortemente a favor do espiritismo sem considerar a opinião bíblica sobre a natureza humana. A seguir mencionarei alguns dos argumentos dele com as devidas respostas bíblicas para tais afirmações.

Você verá que a doutrina da reencarnação não é bíblica e, portanto, originou-se na mente de outro autor – aquele chamado “príncipe das trevas”, em quem não há verdade (Jo 8:44).

Inicialmente recomendo que todo espírita leia o livro “Por Que Não Sou Mais Espírita”, de Maurício Braga (Casa Publicadora Brasileira – www.cpb.com.br). Esse advogado foi professor kardecista e seu contato com a Bíblia o fez rejeitar definitivamente o espiritismo.

O amigo espírita também poderá acessar no blog do programa (www.novotempo.com/namiradaverdade) a série de nove estudos que preparei sobre o assunto. Basta digitar no campo “Busca” a palavra “espiritismo”.

As variantes nas traduções bíblicas

Em um programa de TV Silva citou as diferentes traduções para o Salmo 19:8, por exemplo, para provar que as versões da Bíblia não são “confiáveis”. Ele desconsiderou que a variação de uma tradução para a outra não necessariamente contradiz a ideia central do texto e, que uma mesma palavra pode ter significados sinônimos.

Qualquer pessoa pode saber que os tradutores não traduzem a Bíblia para se contradizerem ou mostrarem quem é o melhor. As várias traduções da Bíblia existem para nos mostrar que a mesma ideia contida no texto pode ser apresentada de diferentes palavras e/ou formas de linguagem.

Foram tantas as aberrações sugeridas por Severino Silva que alguém pode pensar que todos erraram e que só ele e um professor ou outro de hebraico sabem da verdade sobre a correta tradução bíblica…

Ele disse que tem 22 Bíblias traduzidas para o português, mas, não parece que tenha dedicado tempo em estudá-las de forma coerente como Jesus, que ensinou em Lucas 24:27, 44 a doutrina da ressurreição e não a reencarnação. Afinal, ele ressuscitou e não “reencarnou”. E isso deveria nos dizer muito sobre no que realmente os judeus acreditavam!

As “contradições” que Silva encontrou nas traduções bíblicas são o resultado dos pressupostos espíritas dele e não da verdade dos fatos.

A natureza humana

Ao tratar do assunto “vida após a morte” ele esbarra num fato primordial: o de que o Hebreu via a natureza humana como sendo holística. Textos como Gênesis 2:7, Salmo 6:5, 13:3, 115:17 e 1 Tessalonicenses 5:23 nos mostram que na visão veterotestamentária (e neotestamentária, no caso da primeira carta a Timóteo) não há espaço para a “imortalidade da alma” fora do corpo.

Consequentemente, os Hebreus – em momento algum – escreveriam sobre a reencarnação, doutrina estranha à Bíblia e a toda base filosófica holística sobre a qual ela se encontra.

Os hebraístas têm consenso quanto a isso. Não é uma ideia minha.

Isso em si derruba toda a tese de Silva. Ainda mais se levarmos em conta que Elias “não precisou ser reencarnado” para atingir uma plenitude espiritual, pelo fato de ele ter ido vivo para o Céu (2Rs 2:1-18).

A Bíblia nega que Elias tenha “reencarnado em João Batista” e nos leva a questionarmos a veracidade do espiritismo no seguinte ponto: se a reencarnação existe, por que apenas Enoque (Gn 5:24) Moisés (Jd 1:9) e Elias (2Rs 2:1-18) teriam ido para o Céu (e chegado a um alto nível espiritual) sem terem reencarnado como “os demais” seres humanos?

Silva terá de responder a essa questão e provar que a mentalidade hebraica fazia separação entre a “alma” e o corpo, se quiser que o espiritismo seja verdadeiro (espero que ele não cite Gn 35:18 e 1Rs 17:21, 22, pois, a palavra “alma” empregada não significa o que ele quer ela signifique)

Ele também precisará provar que todos os textos contra o espiritismo foram mal traduzidos (como, por exemplo, Lv 19:31; Dt 18:10-14).

A palavra “vida” no hebraico

O argumento de que “vida” no hebraico pode ser traduzida por “vidas” não apóia a doutrina da reencarnação, pois, como vimos, a compreensão hebraica sobre a natureza humana (holismo) não se harmoniza com a doutrina espírita.

Sobre a pluralidade do termo “vida”, assim se expressou o erudito Stanley M. Horton:

“… Comentários mais antigos aceitam o plural hebraico, “fôlego de vidas”, e entendem que se refere à vida animal e intelectual, ou à física e espiritual. A Bíblia revela, de fato, que o espírito do próprio homem provém de Deus e voltará para Ele (Eclesiastes 12.7; Lucas 23.46; ver também João 19.30 onde Jesus entregou seu espírito). Outros trechos também enfatizam que Deus é a origem da vida e que o seu Espírito a produz (Jó 27.3;33.4). Se Ele a retirasse, toda a vida chegaria ao fim (Jó 34.14,15). Mesmo assim, possuir “fôlego de vida” é atribuída a todos quantos morreram no Dilúvio (Gênesis 6.17;7.22), bem como a todos os animais que entraram na arca (Gênesis 7.15). Sendo assim, uma atitude mais lógica reconhece que o plural hebraico não fala aqui de tipos diferentes de vida.

“No Hebraico, o plural é freqüentemente usado para representar plenitude, ou algo que flui. (Água sempre está no plural em Hebraico). É usado, também, para alguma coisa que revela muitos aspectos ou expressões. (As palavras face e céu também estão sempre no plural em Hebraico). A atenção em Gênesis 2.7, portanto, não recai no tipo de vida tanto quanto na origem da vida. O “fôlego de vida” pode simplesmente significar o fôlego ou Espírito de Deus que produz a vida, que dá ao homem seu “fôlego vital” ou sua “faculdade da vida”…” (“O que a Bíblia Diz Sobre o Espírito Santo”. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1993, p. 12. Grifos acrescentados.)

Além disso, Hebreus 9:27 prova definitivamente que “vidas” no hebraico não se refere a diferentes tipos de vida. O judeu que escreveu o texto também compreendia a natureza humana como sendo um todo inseparável (holística) e, por isso, escreveu:

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”

O texto afirma que o ser humano morre apenas uma vez (há casos especiais como o de Apocalipse 1:7). Se morre “uma vez”, não pode vir a reencarnar e ter “vidas”.

Conclusão

Como cristãos preferimos aceitar a tradução de Isaías 8:19, 20 que nos mostra ser o espiritismo (veja: não o espírita) obra do engano:

“Quando disserem a vocês: “Procurem um médium ou alguém que consulte os espíritos e murmure encanta­mentos, pois todos recorrem a seus deuses e aos mortos em favor dos vivos”, respondam: “À lei e aos mandamentos!” Se eles não falarem conforme esta palavra, vocês jamais verão a luz!” (Nova Versão Internacional).

Esse texto deixa clara a existência de uma tensão entre a Bíblia e o espiritismo. Sendo que duas coisas contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo, a razão nos diz que devemos aceitar um (a Bíblia) e rejeitar o outro (o espiritismo).

Com isso finalizo tal exposição deixando a Silva a responsabilidade de “provar” que, filosoficamente, duas coisas opostas são verdadeiras.

[Postarei esta resposta no blog para que outros tenham acesso a ela. Obrigado por me escrever!]

Um abraço

Adventistas: um “grupo aberrante”?

Ontem (28/09/2010), cinco dias após o nascimento de minha filhinha Yasmin, tive o privilégio de fazer parte de um momento marcante para o programa “Na Mira da Verdade”: a transmissão ao vivo durante 2h. Agradeço a todos vocês que acompanharam e deixo o meu abraço a você que lê este artigo!

Muitas perguntas me chamaram a atenção. Nossos irmãos de todas as denominações religiosas fizeram o programa acontecer – com cada pergunta… Uma melhor que a outra! Entretanto, o que mais me fez refletir foi aquela questão em que indagaram se a Igreja Adventista é ou não uma “seita”.

As acusações contra o adventismo são muitas. Poderia transcrever uma lista de “adjetivos” que são direcionados à fé adventista. Mas, para você ter uma ideia do que tem sido dito por aí, deixo-lhe a opinião de Norman Geisler e Ron Rhodes, apresentada no livro “Resposta às Seitas” (Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2008), p. 159. Ao falar de seitas que ensinam dietas alimentares e comemorações de festas religiosas, os autores não perderam tempo:

“Outros grupos aberrantes, como os Adventistas do Sétimo Dia, também acreditam que os cristãos ainda permanecem sob a lei mosaica”. (Grifos meus).

Há justificativa para tamanho preconceito? Pelo que estudamos ontem a respeito das 28 doutrinas fundamentais adventistas, a resposta é um NÃO. No momento em que Tito Rocha recebia as perguntas de nosso público, ele enquadrava-as em alguma de nossas doutrinas fundamentais. E, ao analisarmos cada uma delas, pôde-se perceber que, mesmo possuindo crenças distintivas (crença no dom profético dado a Ellen White, na doutrina do santuário e do juízo investigativo, bem como na reforma de saúde), os Adventistas do Sétimo Dia em seus seis grandes blocos de doutrinas demonstram ser praticamente iguais aos demais cristãos.

Ninguém é obrigado a gostar do adventismo. Mas se for um seguidor de Jesus, precisa gostar dos adventistas e crer como eles sobre os seis grandes blocos doutrinários que englobam suas 28 doutrinas. Quem ler o livro “Nisto Cremos” (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008) verá que a Doutrina de Deus, a Doutrina do Homem, a Doutrina da Salvação, a Doutrina da Igreja, a Doutrina da Vida Cristã e a Doutrina dos Últimos eventos (Escatologia) em essência estão em harmonia com o cristianismo ortodoxo, que preserva as doutrinas fundamentais das Escrituras.

Por isso, me pergunto: será que se alguém ler sobre as crenças adventistas no livro “Nisto Cremos” – ao invés de se ater a fontes secundárias escritas por gente que acha saber alguma coisa – não chegaria à conclusão que, no sentido pejorativo do termo (seita) os adventistas não se enquadram? Sinceramente, creio que quem nos acusa de sermos uma “seita” está “mais por fora que arco de barril”.

Gostaria de fazer um convite a você, amado (a) leitor. Procure ler o livros como “Nisto Cremos” e/ou “Questões Sobre Doutrina” (Casa, 2010) antes de formar uma opinião definitiva sobre os adventistas. Mantendo contato com nossa literatura oficial (fontes primárias) você terá uma surpresa agradável: saberá que os adventistas são filhos de Deus, que creem na salvação pela fé em Cristo (Ef 2:8, 9) e aceitam o poder transformador do Espírito Santo que atua no íntimo (Hb 8:10) para os colocar em harmonia com a vontade de Deus (Fp 2:10).

Como diz o amigo Tito: “não tenha preconceito”. Estude, analise e, com nossas crenças em mãos, questione seu líder religioso para que ele tenha a oportunidade de saber mais sobre o assunto. Vocês poderão não aceitar todas as doutrinas nais quais acreditamos, mas, com certeza aprenderão a respeitá-las. Isso fará com que o adventismo seja visto com bons olhos e, assim, cada um de nós, mesmo discordando em algums pontos, trabalhará unido pelo mesmo motivo: o avanço do reino de Deus.

Após a leitura de um dos livros indicados, gostaria que respondesse à seguinte pergunta: “em qual dos 6 grandes blocos doutrinários ensinados pelo adventismo se vê a característica de um movimento sectário?”. Aguardarei com respeito suas considerações e despeço-me com um texto bíblico que li ontem, para nossa reflexão:

“Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas” (At 24:14)

Um abraço,

Quem são os Illuminati?

Algumas pessoas têm me contatado para obter informações sobre os Illuminati. A seguir, disponibilizo a resposta que dei a uma pessoa amiga.

Ótima leitura!

Resposta:

Você perguntou sobre os Illuminati. William Schnoebelen, ex-maçom, escreveu um livro intitulado “Maçonaria Por Trás da fechada de Luz” (Brasília: Propósito Eterno Editora, 2006) onde ele explica o significado da palavra Illuminat. Ele chama de “teóricos em conspirações” (p. 152) aquelas pessoas que afirmam ser esse grupo um “governo vasto e sombrio que busca dominar o mundo” (Ibidem). Ele está certo: há realmente aqueles que têm uma “síndrome de perseguição religiosa” e que “encontram” nas sociedades secretas pessoas “dispostas a persegui-las” por causa da fé. Isso é um exagero. Veja o que Schnoebelen escreveu sobre eles:

“O termo é o plural da palavra latim Illuminatus, que significa ‘o que é iluminado’. Desse modo, significa que uma pessoa recebeu por inteiro a iniciação que lhe foi oferecida pela maçonaria.

“Tecnicamente falando, um Illuminatus é um mestre maçom que recebeu toda ‘luz’ que a maçonaria pode conceder. Ele está além do 33º grau! (último grau de conhecimento na maçonaria) Tais pessoas são conhecidas como Mestres do Templo e são conhecidas coletivamente por outros nomes, além de os Illuminati.” (p.p. 152, 153).

Não devemos dar atenção ao grande número de artigos na Internet que mais se preocupam em alarmar do que instruir. Nossa preocupação não deve ser com algum ramo da maçonaria (mesmo que essa tenha um papel significativo no desenrolar da história) e sim em estarmos preparados para a Volta de Jesus (Ap 1:7) e não aceitarmos o sinal do poder representado pela besta de Apocalipse 13.

Se nos mantivermos fiéis a Deus nos últimos momentos da história, a graça de Cristo nos ajudará a sairmos vencedores na batalha entre o bem e o mal – mesmo que o diabo invista todo seu poder maligno para nos prejudicar. A comunhão com Cristo (Mt 11:28-30) e o conhecimento das profecias de Daniel e Apocalipse nos prepararão para enfrentarmos os acontecimentos que ocorrerão nos últimos dias: “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia [do livro do Apocalipse] e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.” (Ap 1:3).

Por isso, recomendo que adquira os livros “Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel” e “Uma Nova Era Segundo as Profecias do Apocalipse”, de C. Mervyn Maxwell, com a editora Casa Publicadora Brasileira. Poderá acessar o site www.cpb.com.br ou telefonar para 0800 979-0606.

Deus lhe abençoe ricamente,

O apóstolo Paulo batizou por aspersão? Atos 16:33

Alguns argumentam que o grande apóstolo batizou o carcereiro (At 16:33) por aspersão por que imaginam não ter tido água suficiente na prisão para batizá-lo por imersão. Teria Paulo mudado a forma de batismo estabelecida por Jesus?

Com certeza, não. Provébios 30:5, 6 afirma que o ser humano não tem autoridade para mudar algo que Deus estabeleceu. Além disso, não podemos imaginar qualquer apóstolo querendo “corrigir” a Cristo.

A palavra “batismo” que aparece em Atos 16:33 vem do termo grego baptizo e significa “mergulhar repentinamente”. Portanto, isso indica que no cárcere onde Paulo batizou o carcereiro (Atos 16:33) havia uma fonte ou uma cisterna (reservatório de água cavado na terra e forrado com pedras – comum em cárceres), onde facilmente se poderia realizar o batismo nas águas.

Paulo jamais iria mudar a forma de batismo apoiada por Jesus e praticada pelos Seus discípulos: a por imersão. Veja:

“Ora, João estava também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas, e para lá concorria o povo e era batizado.” João 3:23.

“E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” Mateus 3:6.

Se o batismo bíblico fosse por aspersão, não haveria necessidade de João Batista batizar somente onde “havia… muitas águas” e dos discípulos batizarem “no rio Jordão”.

Deus recomenda que sejamos fiadores?

Se Davi pediu a Deus que fosse fiador dele; e Judá se ofereceu para ser fiador pela vida do irmão, por que não devemos fazer o mesmo?

“Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro e se te empenhaste ao estranho, estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca. Agora, pois, faze isto, filho meu, e livra-te, pois caíste nas mãos do teu companheiro: vai, prostra-te e importuna o teu companheiro; não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras; livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro.” (Pv 6:1-5)

“Quem fica por fiador de outrem sofrerá males, mas o que foge de o ser estará seguro.” (Pv 11:15)

“O homem falto de entendimento compromete-se, ficando por fiador do seu próximo.” (Pv 17:18)

Os textos que mencionou não são instruções para sermos fiadores. No Salmo 119:122 Davi está pedindo que Deus seja o fiador dele para que os soberbos não o oprimam. Já no texto de Gênesis 43:9 a Bíblia apenas menciona Judá se oferecendo para ser responsável pela vida do irmão mais novo. É uma menção e não uma ordem.

Biblicamente, o único fiador que não nos compromete é Cristo: “Por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança.” (Hb 7:22)

Fique com Deus,

 
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