domingo, 14 de novembro de 2010

Ellen White - A Prefetisa Que NÃO Falhou -Parte3

A Chuva de Meteoros

Nota: Aqui há uma afirmação digna de repreensão da parte de Deus. Rinaldi, assim como outros pastores que desconhecem (ou ignoram os fatos verdadeiros!) nossa história denominacional, disse que “22 de outubro de 1844 é dia marcado pelos Adventistas para a volta de Cristo” (adaptado). Ellen White, assim como os demais adventistas, nunca marcaram datas para a volta de Jesus. Quem se aventurou nisso foram os mileritas (seguidores de Guilherme Miller), observadores do domingo e que pertenciam a várias denominações evangélicas da época: Batista da Comunhão Restrita, Batista da Comunhão Livre, Batista Calvinista, Batista Arminiana, Metodista Episcopal, Metodista Evangélica, Metodista Wesleyana, Metodista Primitiva, Congregacional, Luterana, Presbiteriana, Protestante Episcopal, Reformada Alemã, etc. Poderíamos dizer que esses sim eram “profissionais” na “arte” de marcar datas. Não negamos nossa origem milerita, mas jamais iremos aceitar que como movimento organizado os Adventistas do Sétimo Dia marcaram datas para a o retorno glorioso do Salvador. Como mencionei no início dessa nota, o Pr. Rinaldi precisa ser repreendido por Deus e é com a carta de Judas que o Senhor fará isso: “Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem. Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá.” Judas 1:10-11. (Grifos meus).

Voltemos ao tema:

De forma resumida apresentarei o posicionamento de Rinaldi para “negar” que no ano de 1833 ocorreu um dos sinais do tempo do fim. Ele diz que os “Adventistas queriam mistificar o dia 22/10/1844, sendo que o evento de 1833 se encaixava bem na idéia da volta de Jesus Cristo em 1844” e a razão para isso foi baseada na afirmação do “Planetário e Escola Municipal de Astrofísica” de São Paulo de que “esse evento ocorreu realmente. Entretanto, é um evento astronômico cíclico, ou seja, ocorre com essa intensidade de 33 em 33 anos”.

Apesar do esforço monstruoso de Rinaldi e João Flávio Martinez em negarem a veracidade do evento de 1833, o mesmo é confirmado sem dificuldades porque a “chuva de estrelas” (meteoros) é precedida de outros fenômenos na natureza. Unicamente a queda de meteoros em 13 de novembro de 1833 se encaixa na profecia por que: Jesus disse que antes da queda de estrelas haveria o “escurecimento do Sol” e que a lua não daria a claridade dela. Tais eventos ocorreram em 19 de maio de 1780.

O Salvador fez menção a um “grande terremoto” em Apocalipse 6:12. Ele ocorreu em 1o de novembro de 1755, destruiu Lisboa e atingiu três continentes. Perceba que o forte terremoto ocorreu em 1755 e que o escurecimento do Sol (acompanhado daquele fenômeno em que a lua se torna vermelha como sangue) foi em 1780. Desse modo, não há outra chuva de meteoros que se encaixe no contexto profético do tempo do fim a não ser a de 1833! Ambos os acontecimentos são seqüenciais e antecedem a volta do Senhor! (Apocalipse 6:12-17).

Não negamos que sempre existiram chuvas de meteoros e concordamos com o “Planetário e Escola Municipal de Astrofísica” de São Paulo de que tal evento astronômico é cíclico, tendo ocorrido mais de uma vez na história. O que rejeitamos é a tendenciosidade de Natanael Rinaldi e seu colaborador em tirar do evento de 1833 a importância que tem no contexto dos sinais de Mateus 24:29 e Apocalipse 6:12, 13.

E, já que eles gostam de informações científicas, aí vai outra de peso:

“Provavelmente o mais notável chuveiro meteórico até hoje visto foi o de Leônidas na noite que seguiu a 12 de novembro de 1833 (13 de novembro). Algumas estações meteorológicas estimam em mais de 200.000 meteoros por hora, durante cerca de cinco ou seis horas.” – YOUNG, Charles A. Astronomy Manual, pág. 469.

Racismo

Uma das maiores “virtudes” do Pr. Natanael Rinaldi é escrever bobagens. E, acusar Ellen White de racismo beira o ridículo quando conhecemos a dedicação dela em ajudar financeiramente pessoas de todas as raças. Analisemos o outro texto que ele distorceu:

“Mas há uma objeção ao casamento da raça branca com a preta. Todos devem considerar que não têm o direito de trazer à sua prole aquilo que a coloca em desvantagem; não têm o direito de lhe dar como patrimônio hereditário uma condição que os sujeitariam a uma vida de humilhação. Os filhos desses casamentos mistos têm um sentimento de amargura para com os pais que lhes deram essa herança para toda a vida”. – Mensagens Escolhidas, vol.2, págs. 343 e 344.

O conselho que ela deu no sentido de não haver casamento entre brancos e negros, precisa ser entendido à luz da sociedade e da cultura do século passado, particularmente nos EUA.

Naquele país o racismo era enorme. Vemos que homens como Martin Luther King e outros tiveram que lutar bravamente para desfazer o preconceito racial.

Entendendo a cultura da sociedade de sua época, Ellen White, expressou algo incontestável: “que os filhos de uniões mistas sofreriam muito”. Devido a isso ela mencionou que recebeu no início de seu ministério “orientação do Senhor” de que os pais não tinham o direito de dar aos filhos esta herança de humilhações.

Felizmente a sociedade mudou para melhor neste aspecto de segregação racial. Hoje os filhos de casamentos mistos não são mais objeto de tanta discriminação.

Precisamos lembrar que os escritos de qualquer pessoa, sejam dos escritores bíblicos, seja de Ellen White, precisam ser estudados no contexto em que eles foram produzidos. Se não fizermos isto estaremos sendo injustos com a pessoa que não está presente para defender-se.

Um apelo de sua pena, em 1891, seguido em 1895 e 1896 por artigos publicados na Review and Herald, estimulou os esforços educacionais e evangelísticos em favor dos negros e deu origem a uma obra na qual seu próprio filho, Tiago Edson, tomou parte ativa. Ele produziu um livro que seria usado para (1) levantar fundos (2) ensinar analfabetos a ler e (3) ensinar as verdades bíblicas em linguagem simples. Ele fazia uso de um barco (Morning Star) para evangelizar os descendentes dos escravos.

White estava interessada no desenvolvimento de esforços missionários que produzisse eficientes resultados em comunidades brancas e negras e enviou aos obreiros desse campo muitas mensagens de conselho e ânimo. Além disso, ela salientou de modo claro que “O nome do negro está escrito no livro da vida, junto do nome do branco. Todos são um em Cristo. O nascimento, a posição, nacionalidade ou cor não podem elevar nem degradar os homens. O caráter é que faz o homem. Se um pele-vermelha, um chinês ou africano rende o coração a Deus em obediência e fé, Jesus não o ama menos por causa de sua cor. Chama-lhe Seu irmão muito amado.” . Além disso, afirmou que os que “menosprezam um irmão por causa de sua cor estão menosprezando a Cristo”

Como Rinaldi poderá continuar sustentando as acusações dele? A honestidade intelectual e o temor a Deus deveriam motivá-lo a rever os próprios conceitos e a reconhecer que assim como a Bíblia, Ellen White sempre respeitou os negros. Prova disso está no fato de que nossos irmãos, quando se deparam com os escritos dela, nunca se sentiram ofendidos.

Será que os membros do Instituto “Cristão” de Pesquisas (ICP) e do Centro Apologético “Cristão” de Pesquisas (CACP) sabem mais do que os adventistas negros a forma como Ellen White os considerava?

Considerações finais

Em meus estudos particulares e nos benefícios que recebi especialmente com a leitura dos dois volumes do “Mente Caráter e Personalidade”, possuo provas irrefutáveis do dom profético em Ellen White. Filosoficamente não tem como provar o contrário do que eu sinto, do que a leitura dos livros dela fizeram por mim em relação a minha comunhão com Deus e minha saúde mental.

E, no campo espiritual, Natanael Rinaldi – ou qualquer outro crítico da Sra. White – não pode explicar como as visões dela transformaram ateus em fervorosos cristãos – a não ser pelo poder do Espírito Santo.

O leitor sincero que quiser pesquisar sobre o dom profético na vida e obras de Ellen White e tiver o interesse de entender a origem das acusações feita contra ela (e ter acesso às refutações), poderá consultar o site oficial da Igreja Adventista no Brasil: http://www.centrowhite.org.br

Um abraço e até logo!

Ellen White - A Prefetisa Que NÃO Falhou -Parte 2

A Hora da Volta de Jesus

Ao invés de usar os textos mais claros da autora para entender os mais difíceis, (fazemos isso ao interpretar a Bíblia), Rinaldi prefere descontextualizar a visão descrita no livro Primeiros Escritos sem se dar conta de que é ele quem está colocando na boca de Ellen White coisas que jamais sonhou em dizer quando era viva. Ela foi muito clara em afirmar:

“Progredíssemos nós em conhecimento espiritual, e veríamos a verdade se desenvolvendo e expandindo em sentidos com que mal temos sonhado, porém ela jamais se desenvolverá em quaisquer direções que nos levem a imaginar que podemos saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu por Seu próprio poder. Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo”.

Se nessa citação ela está concordando com Mateus 24:36, algo está errado com a “leitura” que o Pr. Rinaldi está fazendo dos escritos dela (uma observação: ao contrário do que o oponente disse, Mateus 24:36 afirma que a respeito do dia da volta de Jesus ninguém sabe e não que ninguém saberá. Do contrário, o próprio Cristo não saberia até hoje o dia da Volta dEle, mesmo tendo ascendido ao Céu e reassumido o Seu trono de glória – Hebreus 1:1-3).

Eis o texto que para nossos oponentes é “prova” de que Ellen White dizia saber o dia da volta de Cristo:

“Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou terremoto. Ao declarar Deus a hora, verteu sobre nós o Espírito Santo, e nosso rosto brilhou com o esplendor da glória de Deus, como aconteceu com Moisés, na descida do monte Sinai”.

Li o texto, inclusive as páginas 13, 14 e 16 e pude chegar a algumas conclusões sérias que nos ajudam na compreensão do que a profetisa quis passar:

1º: Ela estava tendo sua primeira visão, a do “Caminho Estreito”, no qual via a jornada do povo do advento até a Cidade Santa (págs. 13 e 14).

2º: Durante a caminhada, ela afirma que “alguns ficaram cansados, e disseram que a cidade estava muito longe e esperavam nela ter entrado antes” (pág. 14).

3º: Para auxiliar e animar os que estavam cansados e desanimados:

a) Jesus levantou o Seu braço direito, do qual saía uma luz que brilhava sobre os que enfrentavam a dura jornada (tanto que clamaram: “Aleluia!” – pág. 15);

b) Deus Anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus “aos 144.000” (salvos vivos por ocasião da volta do Senhor). Pág. 15.

4º: Depois de animar o povo, não há indicação alguma de que os salvos – ou Ellen White – ficassem sabendo do momento que o Salvador voltará, pois essa visão é para o tempo do fim, um pouco antes da volta de Cristo. Isso fica bem claro nas páginas 15 e 16, onde, após o anúncio, Jesus vem logo em seguida, ressuscita os mortos e leva-os juntamente com os santos vivos para o Paraíso.

Perceba que Ellen White não atribuiu para si o conhecimento quanto ao período da volta do Salvador, mas apenas nos informa que, na hora da angústia, foi feito o anúncio para animar os que estavam cansados no tempo do fim.

O destaque no contexto não é data alguma, mas o interesse de Deus em animar o Seu povo a seguir pelo caminho estreito que conduz à salvação (Mateus 7:13, 14). Por que distorcer o que está claro?

Guerra Civil Americana

Dessa acusação de Rinaldi, duas coisas merecem destaque:

1) Ele citou parcialmente a declaração de Ellen White: “Quando a Inglaterra declarar guerra, todas as nações terão seu próprio interesse em acudir, e haverá guerra geral e confusão geral.” - Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, pág. 259..

Se do ponto de vista acadêmico isso é errado, imagine como Deus vê tal atitude mentirosa (Apocalipse 22:15);

2) Retirou essa parte do texto do livro “Subtilezas do Erro” e não moveu uma palha para refutar a explicação que A. B. Christianini deu a essa suposta “profecia”. Dá para perceber a nítida tendenciosidade e a falta de argumentos do articulista.

Afirmou o Pr. Natanel Rinaldi: “É interessante observar as palavras “Quando” e “haverá” que, num futuro, a Inglaterra declararia guerra e com ela outras nações se envolveriam. A história americana sobre a guerra civil não registra o envolvimento da Inglaterra e muito menos de outras nações. Taxativamente outra falsa profecia”.

Agora, vejamos o texto dentro do seu contexto para que nenhum pretexto “Rinaldiano” permaneça em pé diante das evidências. Disponibilizarei a explicação do livro “Subtilezas do Erro” que Rinaldi omitiu.

O contexto desta citação mostra-nos que Ellen não estava fazendo algum tipo de predição. “Foi escrita durante a primeira parte da guerra civil, e apenas expressa condições e temores existentes na ocasião, referindo-se aos movimentos de opinião que agitavam as nações de outros continentes, em relação à Inglaterra… Em vista da carência de espaço, não reproduzimos todo o trecho em que a serva do Senhor aborda este assunto. Bastará uma simples leitura do mesmo para excluir-se qualquer caráter preditivo, pois o contexto mostra claramente que se tratava de uma hipótese, quando a Inglaterra declarar ou não a guerra. O parágrafo imediatamente anterior, diz: ‘Se a Inglaterra pensa que poderá fazê-lo [declarar guerra], não hesitará um só momento em alargar suas oportunidades de exercer seu poderio e humilhar a nossa nação’. Não há absolutamente nenhuma predição de guerra com os Estados Unidos” – CHRISTIANINI, Arnaldo B. Subtilezas do Erro. Casa Publicadora Brasileira, 1965.

Herbert E. Douglas no livro Mensageira do Senhor, pág. 487, continua:

“Quando esta frase [citação da possível guerra civil] é lida no contexto, inserida no mesmo parágrafo em que se encontram todas as outras afirmações condicionais a respeito da Inglaterra, o sentido muda de uma predição para uma possibilidade. “Se a Inglaterra declarar guerra…”

“Na página anterior, Ellen White usou a mesma construção gramatical: “Quando nosso país observar o jejum que Deus escolheu, então Ele aceitará as suas orações. A Sra. White não estava fazendo uma predição, mas uma afirmação condicional. Este uso do when [quando] pelo if [se] é prática comum no inglês.”

Ellen White - A Prefetisa Que NÃO Falhou -Parte 1

Esse material é uma refutação ao artigo “Ellen Gould White – a Profetisa que Falhou”, da autoria de Natanael Rinaldi (colaboração para o artigo de Rinaldi: João Flávio Martinez. Disponível no site www.cacp.org.br/adventismo). Ele foi lido por um membro da igreja Adventista que me pediu esclarecimentos a respeito.

Recebi com carinho sua carta na qual demonstra preocupação com as acusações feitas à irmã White.

Será uma satisfação lhe ajudar a refutar as observações descontextualizadas de Natanael Rinaldi, com quem já mantive contato várias vezes. Infelizmente, o coração dele está endurecido de tal forma que não consegue perceber que ele faz uso de um procedimento desonesto ao interpretar os textos da escritora: tira-os de seu contexto histórico e literário.

A seguir farei uma análise dos comentários do pastor Rinaldi divulgados no site do Centro Apologético “Cristão” de Pesquisas (CACP):

Deixando de lado a afirmação de que Arnaldo B. Christianini, autor de “Subtilezas do Erro” estava “em êxtase” quando escreveu que Ellen White tinha o dom profético (não sei como Rinaldi deduziu tamanho “êxtase” na comunicação escrita sem ao menos haver um ponto de exclamação…), percebe-se a total desinformação do Sr. Rinaldi quanto à doutrina Adventista a respeito dos escritos de Ellen White e da relação deles com a Bíblia. Alguns motivos:

1) O grau de qualidade ou de inspiração dos escritos dela não podem ser diferentes da Bíblia porque o mesmo Espírito Santo é o autor de ambos. Não existem “graus de inspiração”. Uma pessoa não pode ser parcialmente inspirada pelo Espírito. O profeta é usado por Deus ou pelo diabo (nesse caso, falso profeta).

2) Mesmo acreditando que a qualidade da inspiração de Ellen White seja a mesma da Bíblia, nunca afirmamos que os escritos dela são mais importantes que a Palavra de Deus. Uma coisa é ter a mesma origem (Espírito Santo); outra, ter a mesma função e aplicação. Resumindo: cremos que tanto os autores bíblicos quanto os que não têm livros na Bíblia (1 Crônicas 29:29) como o a Sra. White tiveram o mesmo grau de inspiração, mas que a função dos escritos deles jamais foi “complementar” as Escrituras ou servir de norma suprema de doutrina. Bastava Rinaldi ler nossa “Crença Fundamental no. 1” no livro Nisto Cremos (Casa Publicadora Brasileira) e comprovar:

“As Escrituras Sagradas, o Antigo e o Novo Testamento, são a Palavra de Deus escrita, dada por inspiração divina por intermédio de santos homens de Deus que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. As Escrituras são a infalível revelação de Sua vontade. Constituem o padrão de caráter, a prova da experiência, o autorizado revelador de doutrinas, o registro fidedigno do atos de Deus na História”.

3) A própria Ellen White reconheceu que, mesmo não devendo mudar os escritos dela (pois provêm de Deus), a única regra de fé do cristão é a Bíblia: “Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados. Nela Deus prometeu dar visões nos “últimos dias”; não para uma nova regra de fé, mas para conforto do Seu povo e para corrigir os que se desviam da verdade bíblica. Assim tratou Deus com Pedro, quando estava para enviá-lo a pregar aos gentios.” – Primeiros Escritos, pág. 78.

Se Natanael Rinaldi compreendesse a função dos testemunhos dela (noutra ocasião poderei me deter nisso), não faria tais acusações contra a doutrina adventista que segue de perto o princípio protestante “Sola Scriptura” (podemos provar todas as nossas doutrinas na Bíblia. Basta ele conversar com algum membro nosso, estudioso, e verá).

Heresias e contradições nos Escritos de Ellen White

Esse tipo acusação não é novidade no meio adventista. O apóstata D. M. Canright (morreu em 1919) que se negou a aceitar as advertências da Sra. White (ele era bem instável emocionalmente) foi o responsável por grande parte das ofensas dirigidas à profetisa. Rinaldi está apenas repetindo aquilo que saiu da boca do “professor” dele (Canright).

A Volta de Jesus

Na assembléia realizada em 27 maio de 1856 em Battle Creek, ela teve a seguinte visão:

“Foi-me mostrado o grupo presente à assembléia. Disse o anjo: ‘alguns servirão de alimento para os vermes, alguns estarão sujeitos às sete últimas pragas, outros estarão vivos e permanecerão sobre a Terra para serem trasladados na vinda de Jesus” – Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, págs. 131 e 132.

Os críticos gostam muito de usar esta citação para dizer que Ellen Gold H. White foi uma falsa profetisa. Dizem eles: “já se passaram 148 anos e não há sequer uma pessoa viva daquela época. O fato desta profecia não se cumprir prova que a “papisa dos Adventistas” não foi inspirada por Deus”.

E Rinaldi não fica para trás na insensatez dele:

“Para justificar o erro profético dela, seus defensores se explicam dizendo: “É-nos dito pela mensageira do Senhor que se a igreja remanescente houvesse seguido o plano de Deus em fazer a obra que lhe indicara, o dia do Senhor teria vindo antes disto, e os fiéis teriam sido recolhidos ao reino.” (Idem, p. 110) É incrível como possam ser tão fanáticas certas pessoas a ponto de justificar um fracasso profético tão evidente no intuito de defender sua profetisa”. Ele peca em ignorar que existem profecias condicionais e incondicionais. Não há nada de fanatismo em defender esse conceito – basta estudar a Bíblia. Se Ellen White errou, então o personagem bíblico Jonas também foi um falso profeta, pois ele afirmou categoricamente que em 40 dias Nínive seria destruída. E isso não ocorreu! Será que Deus falhou?

Para entender a predição de 1856 e a profecia de Jonas é muito importante compreender o princípio bíblico de profecias condicionais. Jeremias nos auxilia: “No momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se a tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. E, no momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino, para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria.” Jeremias 18:7-10.

Profecias condicionais são aquelas que dependem da resposta humana para o seu cumprimento. Exemplo: a promessa de crianças que não viveriam poucos dias na Nova Terra (Isaías 65:20). Isso era condicional à resposta de Israel aos apelos de Deus. Sendo que eles continuaram a se rebelar, as promessas feitas a eles, referentes especialmente à Nova Terra, não aconteceram.

Profecias incondicionais são aquelas que não dependem da resposta humana para o seu cumprimento. A Volta de Jesus é uma delas. Ele virá, mesmo que o ser humano não queira.

Os que confiam nos relatos bíblicos de profecias não cumpridas não terão dificuldades para compreender a declaração feita por Ellen em 1856. Sua profecia também era do tipo condicional. Além disso, em 1901, ela afirmou: “Talvez tenhamos de permanecer muitos anos mais neste mundo por causa de insubordinação, como aconteceu com os filhos de Israel; mas, por amor de Cristo, Seu povo não deve acrescentar pecado a pecado, responsabilizando a Deus pela conseqüência de seu procedimento errado” – Evangelismo, pág. 696

Quem Foi Ellen White?



Ellen Gould White (1827-1915) foi uma cristã americana, profetisa e escritora cujo ministério foi fundamental para fundação do movimento Adventista sabatista, que mais tarde veio a formar a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Os adeptos do Adventismo consideram Ellen G. White uma profetisa contemporânea, embora ela mesma nunca tenha reivindicado para si esse título. Os adventistas acreditam que Ellen White teve o Dom de Profecia, como descritos em Apocalipse 12:17 e 19:10. A base dessa crença está no fato do Novo Testamento apontar que nos últimos dias os cristãos teriam novamente o dom de profecia para orientar a igreja.
Os escritos de Ellen White são restauracionista e se esforçam para mostrar a mão de Deus guiando os cristãos ao longo da história. Nos livros dela, fica evidente que existe um conflito cósmico sendo travado na terra entre o bem (Deus) e o mal (Satanás). Esse conflito é conhecido como a “a grande controvérsia” e foi fundamental para o desenvolvimento da teologia adventista.
Ellen White, que também é conhecida como irmã White pelos adventistas, foi uma das líderes que fundaram o movimento adventista do sétimo dia, ao lado do seu marido, Tiago White e de um amigo do casal: José Bates.
A Sra. White foi uma figura controversa em seu tempo, gerando ainda hoje muitas discursões, especilamente entre outros grupos cristãos, assim como de pessoas de outras religiões. Ellen afirmou ter recebido uma visão logo após o Grande Desapontamento Milerita. Num contexto onde muitas outras pessoas alegavam também ter recebidos visões, ela era conhecida por sua convicção e fé fervorosa. Randall Balmer, a descreveu como "uma das figuras mais vibrantes e fascinantes da história da religião americana." Já Walter Martin afirmou que ela era "uma das personagens mais fascinantes e controversas do seu tempo a aparecer no horizonte da história religiosa." Ellen White é a autora feminina mais traduzida de não-ficção na história da literatura, bem como o mais traduzido autor de não-ficção americana de ambos os sexos. Seus escritos tratam de teologia, evangelização, vida cristã, educação e saúde (ela foi uma defensora do vegetarianismo). Ellen também promoveu a criação de escolas e centros médicos.
Durante sua vida, ela escreveu mais de 5 mil artigos e 40 livros. Hoje em dia, graças as compilações feitas de seus manuscritos, mais de 100 títulos estão disponíveis em Inglês e 52 em português. Alguns de seus livros mais populares são Caminho a Cristo, O Desejado de Todas as Nações e O Grande Conflito.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Seguir os Dez Mandamentos não mata ninguém… (2 Coríntios 3:7) – Parte 3

A. HOPKINS STRONG (teólogo batista): “Nem tudo na lei mosaica está abolido na cruz. Cristo não cravou em Sua cruz nenhum mandamento do Decálogo.” “A graça deve ser entendida, contudo, não como abolindo a lei, mas como estabelecendo-a e reforçando-a (Rom. 3:31 ‘estabelecemos a lei’) – Systematic Theology, vol. 2, p.p. 408 e 548.

MOODY, outra grande autoridade em Novo Testamento:

“O contraste entre a letra mata e o espírito vivifica não é um contraste entre o extremo literalismo e o livre manejo das Escrituras (como no método alegórico de interpretação); antes, o contraste é entre a Lei e um sistema de salvação que exige obediência perfeita (cons. Rm. 3:19,20; 7:1-14; 8:1-11; Gl. 3:1-14) e o Evangelho como o dom da graça de Deus em Cristo. Mesmo a Lei, entretanto, pode levar uma alma a Cristo (cons. Gl. 3:15-29; mas o judaísmo degenerado transformou-a em uma massa de formas sem vida (cons. Is. 1:10-20; Jr. 7:21-26)…” – Comentário Bíblico Moody sobre 2 Coríntios 3, p. 16.
Nem mesmo observadores do domingo concordam com doutrina da abolição da Lei.

“JESUS É O ÚNICO DESCANSO ESPIRITUAL INDEPENDENTE DE DIA – MATEUS 11:28-30

Até que ponto chegou o ser humano: o de invocar o nome de Jesus para “justificar” um comportamento desobediente… O mais saudável é reconhecer que o problema está em nós. Que não conseguimos guardar a Lei sozinhos e, por isso, a graça de Deus precisa atuar em nosso ser. Se agirmos assim, seguiremos pelo caminho da vida cristã rumo à santificação pelo Espírito Santo. Ao invés de acharmos o problema na Lei de Deus precisamos reconhecer que o problema está em nós. Se justificarmos nossa desobediência com a ideia de que “a Lei foi abolida”, não daremos ao Senhor a oportunidade de mudar nosso interior por que não estaremos sendo sinceros com Ele.

Realmente, o descanso espiritual precisa ser diário. Esse é o tema de Hebreus 4, que nos convida a entrarmos no repouso da graça. O repouso na graça – pela fé em Jesus – precisa ser desfrutado 24h durante toda a nossa vida. Todavia, no Sábado podemos repousar espiritualmente em Cristo por mais tempo que nos outros dias da semana. Uma pessoa que ama a Jesus irá descansar nEle também no Sábado por que:

1) Ele [Deus] criou esse “santuário no tempo” para desfrutarmos da companhia dEle – Gênesis 2:1-3; Êxodo 20:8-11 (o fato de no Sábado Deus ter dado mais tempo para ficarmos com Ele já bastaria para derrubar o argumento de que o descanso espiritual anula o descanso semanal);

2) Ela [a pessoa] terá consciência de que durante a semana, em meio às atividades de rotina, não há como separar um tempo de 24h para descansar espiritualmente em Cristo;

3) Ela não irá questionar a Deus ou se justificar dizendo que “o mais importante é guardar um dia em sete” pelo fato de ela aceitar o Senhorio de Deus na vida dela. Se Deus falou que é azul, não vou argumentar que pode ser vermelho. Se Ele disse para descansar no Sábado, por que farei birra com meu Pai Celeste e dizer que “eu quero” observar o domingo como dia santo?

O fato de em Hebreus 4 o autor usar o Sábado do sétimo dia como um símbolo do descanso em Cristo é uma prova irrefutável a favor do quarto mandamento. Se o sábado foi “cravado na cruz”; se “o dia de guarda foi mudado para domingo” por que o sábado – e não o domingo ou a sexta-feira – é usado como base do argumento do autor de Hebreus 4?

Espero que esse estudo ajude ao irmão Jean Patrick em seu estudo da Bíblia e a todo leitor que busca de coração fazer a vontade do seu Deus, pela graça que vem dEle (Romanos 11:5, 6).

Um abraço a todos!

Seguir os Dez Mandamentos não mata ninguém… (2 Coríntios 3:7) – Parte 2


Os oponentes à Lei de Deus apresentam um “quadro comparativo” entre o Antigo e o Novo Testamento para “provar” que “o mandamento do Sábado não foi repetido nos escritos dos apóstolos”.

Essa ideia não pode ser chamada de argumento, tamanho o absurdo que o cristão é levado a aceitar se ela for verdadeira:

1) Que o Novo Testamento difere do Antigo. Então a Bíblia não é uma só – seria uma heresia afirmar uma coisa dessas, de acordo com 2 Timóteo 3:16;

2) Que o Deus do Antigo Testamento, manifesto também na Segunda Pessoa da Divindade (Isaías 44:6; compare com Apocalipse 1:17) erra, no seguinte sentido: “bom: pedi para os Israelitas guardarem o Sábado. Como não deu certo, chamarei a Lei de ministério da morte e tirarei das pessoas a obrigação de me adorarem no meu santo dia (Isaías 58:13, 14; Marcos 2:27, 28).”

3) Que o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade, se contradiz. “Eu disse em Hebreus 8:10 que, o resultado da santificação efetuada por mim é a inscrição e impressão dos mandamentos no íntimo do ser humano. Já em 2 Coríntios 3:7 digo que a Lei que manda não matar, não roubar, não adulterar, é ministério de morte. Por isso, quem quiser aceite Hebreus 8:10 e, os que preferirem fiquem somente com 2 Coríntios 3:7.”

4) Que Jesus em João 5:39, ao nos orientar a examinarmos as Escrituras, estaria insinuando: “Leiam todo o Antigo Testamento mas não aceitam os Dez Mandamentos, mesmo que eu tenha guardado o Sábado, como afirma Lucas 4:16” [só faltava alguém dizer que “Jesus guardava o Sábado por que era judeu...” sendo que o texto afirma claramente que o Salvador separava o sétimo dia SEGUNDO O COSTUME DELE. Ele não veio agradar os judeus; pelo contrário, os desagradou bastante naquela época...]

5) Que os LINDOS princípios morais dos Dez Mandamentos – que nos ajudam a nos relacionarmos com Deus, com o próximo e que dão qualidade de vida – não são mais necessários em nosso mundo que quer viver sem princípios! Veja o que está por trás de cada um dos Dez Mandamentos encontrados em Êxodo 20:1-17 e em Deuteronômio 5:6-21:

Primeiro mandamento: Lealdade a Deus
Segundo mandamento: Adorar a Deus
Terceiro mandamento: Respeitar a Deus
Quarto mandamento [que a grande maioria não gosta]: Santidade e adoração ao Criador (Êxodo 20:11) e Salvador (Deuteronômio 5:15)
Quinto mandamento: Respeito pela autoridade
Sexto mandamento: Amor ao próximo
Sétimo mandamento: Pureza
Oitavo mandamento: Honestidade
Nono mandamento: Verdade, autenticidade
Décimo mandamento: Contentamento

Já imaginou tais princípios de vida sendo chamados de “ministério da morte”? Até que ponto um ser humano pode chegar…

[E ainda tem a questão do dízimo, querido leitor. Gostaria de saber de Jean Patrik se o mandamento do dízimo, pelo fato de “não ser repetido no Novo Testamento” também foi abolido...]

Isso já seria suficiente para concluirmos e encerrarmos a discussão, pois, se toda a Bíblia é da autoria do Espírito Santo, não há como separá-la em Antigo e Novo Testamento, a não ser com fins didáticos. Porém, como escreveu A. B. Christianini sobre um “quadro” que “mostra os outros nove mandamentos sendo repetidos “menos o quarto preceito”: “…aquele gráfico [é] omisso…” (CHRISTIANINI. Subtilezas do Erro, 1981, p. 187)e, por tal motivo, preciso continuar.

Na Bíblia há textos que mostram cerca de 90 reuniões religiosas no dia de Sábado, nos dias do Novo Testamento (Conferir A. B. Christianini em Subtilezas do Erro. Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1981, p. 186-189).

Lembremos de que o exemplo fala MUITO MAIS que as palavras… Se Cristo, os apóstolos e os demais judeus cristãos se reuniram no Sábado para adoração, será que eles guardavam o domingo ou acreditavam na abolição da Lei? Pense nisso com carinho.

O que outros autores cristãos dizem sobre a Lei e 2 Coríntios 3:7

Para finalizar, é importante expor para os sinceros a opinião de eminentes teólogos sobre o assunto:

SALOMÃO L. GINSBURG, pastor batista: “As idéias que alguns fazem da Lei de Deus, são errôneas e muitas vezes perniciosas. O arrojo ou a ousadia dos tais, chega a ponta de ensinar ou fazer sentir que a Lei já foi abolida… Os que ensinam a mentira de que a lei não possui mais valor … ainda não leram com certeza os versículos que nos servem de texto (S. Mat. 5:17-19). Deus não muda, nem o Seu poder, nem a Sua glória; os Seus preceitos são eternos.

“Vamos mais longe: essa Lei é a base da moralidade social, e será crível que tal base seja abolida, isto é, que se mate, adultere, furte, calunie? Não! Essa Lei é toda digna de nossa admiração, respeito e acatamento.

“Jesus veio pôr em prática a Lei e não abolir.” – O Decálogo ou os Dez Mandamentos, p.p. 4 e 7

WILLIAM BRACLAY, uma das maiores autoridades em Novo Testamento para os protestantes:

“A velha aliança era mortífera. Por quê? Produzia uma relação legal entre o homem e Deus. Com efeito, dizia: “Se você deseja manter sua relação com Deus, deve guardar estas leis, e se as transgride, perderá sua relação.”

“Portanto estabelecia uma situação em que Deus era essencialmente o juiz e o homem um delinqüente perpetuamente em falta perante o estrado do juízo de Deus. Era mortífera porque matava certas coisas… Os judeus preferiam a velha aliança, a lei. Rechaçavam a nova, a nova relação em Cristo. Não se trata de que a velha aliança fosse má; mas sim estava situada num lugar de segunda importância, era um degrau no caminho…” – The Second Letter to the Corinthians, p.p. 37, 38.

Seguir os Dez Mandamentos não mata ninguém… (2 Coríntios 3:7) – Parte 1


“… Concordo que “xeipoypafov” não tenha o significado de “lei”… Mas como traduzir ou interpretar 2 Coríntios 3:7, onde diz que “se o ministério de MORTE GRAVADO COM LETRAS EM PEDRA, tornou-se em glória, de forma que os filhos de Israel não podiam contemplar a face de Moisés por causa da glória do seu rosto, que já estava se acabando…”?

“Paulo chama de ministério de morte as letras gravadas em pedras, letras essas que só temos relatado no velho testamento, conhecido também como os 10 mandamentos, ou como você preferir lei moral.

“Sei que você não vai me responder mesmo, deixo essa para o senhor resolver.
Confesso que gostaria muito em ver o senhor responder tal pergunta.
Paz do Senhor Jesus, o nosso único descanso espiritual, independente de dia (Mt. 11.28-30).”
(Grifos acrescentados).

Esse é o desafio do internauta Jean Patrik. Primeiramente fico feliz em ver que o amigo entende que Colossenses 2:14 não se refere à Lei. Isso é indício de que estuda a Bíblia e busca a verdade.

A seguir, responderei conforme os tópicos que apresentou. Aguardarei suas considerações.

“COMO TRADUZIR 2 CORÍNTIOS 3:7?”

Mais que traduzido, o texto precisa ser corretamente interpretado.

Se a Lei de Deus é o “ministério da morte”, então o Criador é um assassino, pois, Ele nos pede obediência (João 14:15). Agora, se o ministério da morte for visto como a forma como a Lei era aplicada aí sim as coisas ficam fáceis de entender. Não devemos nos esquecer que no contexto da carta aos Coríntios “O propósito do apóstolo era refutar aos seus adversários judaizantes de Corinto [... 2 Coríntios 11:22] cujo ministério era da “letra” e não do “espírito”.” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 6, p. 847). Os judaizantes que questionavam o ministério de Paulo haviam pervertido a compreensão correta da Lei e, por isso, a forma como eles ministravam os ensinamentos de Deus se tornou um fardo.

Também é importante lembrarmos que Paulo destaca nesse verso uma das funções da Lei: mostrar que somos pecadores (ler Romanos 3:20). Ela é chamada de “ministério da morte” por que mostra a nossa condição pecaminosa e, ao mesmo tempo, nos condena à morte eterna como punição (Romanos 6:23; ler 2 Coríntios 3:9). Por cauã dos Dez Mandamentos sentimos a necessidade de um Salvador e consequentemente vamos a Ele para sermos salvos (por Ele).

Portanto, Paulo está argumentando o seguinte em 2 Coríntios 3:7: “A Lei não é o meio de salvação, assim como pensam os judaizantes. Ela mostra nossa condição miserável para recorrermos a Jesus. Ela não tem função salvífica. Precisa ser obedecida com a ajuda do Espírito Santo (verso 6) por que é Ele quem a escreve no coração do ser humano (Hebreus 8:10)”. Longe de ser o caminho da salvação (Efésios 2:8, 9) a Lei é o resultado de um coração transformado pela graça de Jesus (Efésios 2:10; Tito 3:7-8). Paulo não está abolindo a Lei (mesmo porque Jesus não deu autoridade para ser humano algum fazer isso – ver Mateus 5:17-19), mas, colocando-a no seu devido lugar. Se não fosse esse propósito do apóstolo, 1 Timóteo 1:8 perderia o sentido:

“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo” 1 Timóteo 1:8.

A Lei de Deus existente em toda a Sua Palavra é considerada “santa, justa e boa” (Romanos 7:12). Não cremos que Paulo tivesse “dupla personalidade” ao ponto de afirmar que o mandamento “santo, justo e bom” seja “o ministério da morte” quando observado da maneira correta.

Por que ele afirmaria que a Lei é boa e pode ser seguida de forma legítima se a mesma não mais vigora depois da morte de Cristo? Analisem isso todos os sinceros filhos de Deus que acessam esse blog.

Paulo incentiva em suas cartas uma obediência interna, pelo Espírito (2 Coríntios 3:6). Afinal, não existe desobediência pelo Espírito em Romanos 8. Quem ler esse capítulo e continuar crendo na ideia horrorosa de que a Lei foi abolida, terá de dar contas a Deus, pois, mesmo obedecendo a Deus com a ajuda do Espírito Santo, o texto é claro em afirmar que, os que não estão em harmonia com a Lei de Deus, O desagradam:

“Porque as pessoas que vivem de acordo com a natureza humana têm a sua mente controlada por essa mesma natureza. Mas as que vivem de acordo com o Espírito de Deus têm a sua mente controlada pelo Espírito. As pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana acabarão morrendo espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de Deus terão a vida eterna e a paz. Por isso as pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana se tornam inimigas de Deus, pois não obedecem à lei de Deus e, de fato, não podem obedecer a ela. As pessoas que vivem de acordo com a sua natureza humana não podem agradar a Deus.” Romanos 8:5-8 (Nova Tradução Na Linguagem de Hoje)

Deixar de lado a Lei é “viver de acordo com a natureza humana” o que trará morte espiritual. Viver no Espírito é, pela graça de Deus, obedecê-Lo (lembrando que a santificação é um processo que leva a vida toda). Como a tese antinomista (de que a lei foi abolida) pode resistir a tal argumento do apóstolo Paulo?

Por que Paulo foi tão rigoroso com os Gálatas?

Na resposta a seguir espero que esse irmão entenda de verdade a teologia de Paulo sobre a graça e a Lei. E que pare de pensar numa graça barata, que não transforma o pecador.

Também deseo que ele aceite definitivamente que Paulo não foi contra a observância da Lei, pois ele mesmo guardava toda ela (Atos 25:8; Romanos 3:31; 7:22, etc). Ao escrever aos Gálatas o apóstolo estava é condenando um sistema de religião que coloca a lei no lugar de Jesus. Como ele bem disse: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo” 1 Timóteo 1:8.

Em breve postarei os comentários desse irmão. Ainda não o fiz porque pretendo postar as devidas respostas juntamente. Enquanto isso, peço que, com carinho, ele analise o contexto histórico da carta aos Gálatas para não relacionar os adventistas com eles.

Lembrei de uma coisa: A carta de Tiago parece não ter sido lida por esse internauta…

Vamos à análise da questão proposta no título:

Paulo foi firme com os Gálatas porque eles estavam negando a salvação pela fé em Jesus. Quando lemos o capítulo 3:1-4 da carta, percebemos que os irmãos daquela igreja estavam fazendo da Lei (os cinco livros de Moisés, com todas as instruções ao povo de Deus) o meio de Salvação no lugar de Cristo.:

Ó gálatas sem juízo! Quem foi que enfeitiçou vocês? Na minha pregação a vocês eu fiz uma descrição perfeita da morte de Jesus Cristo na cruz; por assim dizer, vocês viram Jesus na cruz. Respondam somente isto: vocês receberam o Espírito de Deus por terem feito o que a lei manda ou por terem ouvido a mensagem do evangelho e terem crido nela? Como é que vocês podem ter tão pouco juízo? Vocês começaram a sua vida cristã pelo poder do Espírito de Deus e agora querem ir até o fim pelas suas próprias forças? Será que as coisas pelas quais vocês passaram não serviram para nada? Não é possível!” (Nova Tradução Na Linguagem de Hoje – Grifos acrescentados).

Para afastar de vez essa ideia perigosa da igreja, Paulo mostra-lhes que o perdão (justificação) é apenas pela fé, graças ao sacrifício substitutivo realizado por Cristo na cruz.

A lei, na teologia bíblica (e de Paulo) não pode ser o meio de salvação de pecadores (Efésios 2:8, 9). Ela é sim o resultado de um coração transformado pela graça (ver Efésios 2:10). Afinal, quando nos tornamos novas criaturas (2 Coríntios 5:17) a Lei de Deus é escrita em nosso coração (Hebreus 8:10) para que vivamos em santo procedimento (2 Pedro 3:11) aguardando a volta gloriosa de Jesus a esse mundo (2 Pedro 3:10-13).

Por isso, a função da Lei não é salvar, mas, nos levar ao Salvador (por nos mostrar nossa condição pecaminosa – ler Romanos 3:20) e ser o resultado da transformação que o Espírito Santo produz no crente (Efésios 2:10) durante o processo de santificação (2 Tessalonicenses 2:13; 1 Pedro 1:2) – que é diária.

Também não deixa de ser uma evidência externa de nosso amor por Cristo: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” João 14:15.

Gostaria que os irmãos de todas as confissões religiosas comentassem esse post para, juntos, chegarmos a um consenso sobre a relação entre a graça e a Lei. As argumentações precisar ser apoiadas NA BÍBLIA. O que acham?

Ficarei no aguardo. Um grande abraço!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Deus mandou matar pessoas inocentes? 2 Samuel 21

É difícil entender a Bíblia. Por que os descendentes de Saul foram mortos sendo que eles nada tinham a ver com a maldade dele?

Realmente há na Bíblia textos mais difíceis de serem entendidos em sua plenitude. Isso não significa que a mensagem central não possa ser compreendida, mas apenas demonstra a nossa limitação humana para penetrarmos os segredos de Deus. Também devemos considerar o fato de o pensamento hebraico e sua forma de se expressar serem diferentes – o que contribui para que certos textos pareçam obscuros.

No caso de 2 Samuel 21 podemos entender algo sobre o capítulo se analisarmos o mandamento de Deus em Deuteronômio 24:16 onde Ele diz: “Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos, em lugar dos pais; cada qual será morto pelo seu pecado.” Perceba que o próprio Deus havia ordenado que, ao executar um criminoso, o povo jamais castigasse os descendentes dele.

Então, por que o Senhor autorizou que sete descendentes de Saul fossem mortos por causa da atitude criminosa dele para com os Gibeonitas?

Na verdade, quando lemos o verso 3 percebemos que dessa vez Davi não consultou o Senhor com havia feito antes (v. 1), mas sim os Gibeonitas. E, motivados pela ira e, quem sabe, baseados no fato registrado em Números 25:4, eles tenham entendido que a ira de Deus seria aplacada se os descendentes de Saul fossem mortos e pendurados.

Quando o verso 14 afirma que “Depois disto, Deus se tornou favorável para com a terra” ele expressa a visão de mundo do profeta. O escritor de 2 Samuel percebeu que depois de tal evento a maldição cessou – sem que isso signifique que Deus tenha apoiado o ato de Davi e dos Gibeonitas.

Nosso Criador teria outra forma de vingar os Gibeonitas. Mas, como o povo agiu dessa vez sem consultar ao Eterno, Ele permitiu que tal ação pecaminosa e injusta seguisse seu curso normal, pois, faz parte de Sua soberania dar o livre-arbítrio. Ele permite que coisas ruins aconteçam por que no conflito entre o bem e o mal Ele utiliza tais circunstâncias (que Ele não gosta) para mostrar ao universo a gravidade do pecado.

Podemos ver que Deus não apresentou a Davi essa “solução” para o problema. Quem fez foi o povo que queria vingança. O Senhor não poderia ir contra ao que Ele mesmo havia ensinado em Deuteronômio 24:16.

Espero que essas considerações lhe tenham sido úteis. Creio que todos os motivos para Deus permitir tal ato (mesmo Ele não consentindo) nos serão apresentados apenas quando estivermos com Cristo em Sua Segunda Vinda. Enquanto aguardamos este momento maravilhoso podemos viver confiantes de que o “justo juiz” (Gn 18:25) esclarecerá essa e outras questões da vida que nos incomodam (1Co 13:12; Hb 8:11).

Deus lhe abençoe ricamente,

 
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