Os críticos de Ellen White são desinformados e desatualizados – Parte 1
O Pr. Enoch De Oliveira escreveu o seguinte sobre o livro The White Lie (A Mentira Branca), de Walter Rea, crítico de Ellen White:“… além de alguma repercussão lograda em alguns diários e publicações especializados, o impacto logrado por Walter Rea sobre a Igreja foi insignificante e inexpressivo” – A Mão de Deus ao Leme (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985), p. 141.
Porém, mesmo as alegações de tal acusador não tendo tido significância, críticos desinformados têm usado o livro de Rea como “argumento” para atacar Ellen White, minar a confiança das pessoas em seu dom profético e criar barreiras entre os adventistas os demais cristãos.
Rea foi um pastor da igreja Adventista de Long Beach, Califórnia, que, depois de um período de dúvidas e conflitos denunciou a Sra. White de haver violado os direitos autorais (copyright). Em uma entrevista publicada em um diário da Califórnia ele concluiu:
“Seus escritos não procedem de Deus; são produto da imaginação humana” – Los Angeles Times, 13 de novembro de 1980.
O que poucos críticos sabem é que Rea plagiou Dudley Marvin Canright, o primeiro grande crítico do adventismo (que ironia: um “defensor” dos direitos autorais plagiando outro escritor…). Canright se revoltou contra Ellen White por que ela não apoiava certas coisas que ele fazia.
Ao usar as mesmas acusações de Canright, Walter Rea foi deselegante, irreverente e cínico. Não usou do espírito cristão ao abordar o assunto, evidenciando assim sua má fé e falta de interesse em saber a verdade.
O fato de uma pessoa se tornar inimiga de outra por ter sido repreendido por ela (de maneira honesta e amiga) já deveria levar os prudentes a se perguntarem: “é digno de confiança o testemunho de uma pessoa como Canright que, ao invés de mudar (e perdoar), atacou uma pessoa só por ela ter sido contra seu estilo de vida?” “É digno de crédito o material de Rea, que é fruto do plágio dos escritos de uma pessoa indisposta a perdoar?”
A essência dos erros interpretativos de Walter Rea
Muitos cristãos têm um conceito errado sobre a maneira como Deus atua para inspirar um profeta. Acreditam que o Senhor inspira cada palavra (isso é chamado de Inspiração Verbal) de modo que, se uma pessoa cometer algum erro até mesmo sobre datas históricas, tal profeta é falso. Entre esses cristãos está Rea, autor do The White Lie.
Pelo fato de a Sra. White usar outros autores para transmitir os conselhos divinos ele concluiu que ela havia sido “plagiadora” e não uma mensageira de Deus. Ora, essa mesma crítica pode ser dirigida a Lucas, pois, ele escreveu o terceiro evangelho da Bíblia com base nas informações de terceiros (Lc 1:1-4).
Precisamos entender (e Rea não quis fazer isso) que Deus inspira o profeta e não as palavras dele. O Senhor atua na mente da pessoa e permite que ela escolha suas próprias palavras para expressar os conceitos divinos. Isso é bíblico, como podemos ver em Gênesis 9:11-16. Deus garantiu que, sempre que enxergasse o arco-íris no céu, se lembraria do Seu acordo em não mais destruir a Terra com águas do dilúvio. Sabemos que Deus não iria se esquecer de sua promessa. Isso é impossível. Moisés apenas descreveu o interesse do Criador em linguagem humana para que melhor pudéssemos compreender a promessa do Senhor.
Outra exemplo interessante podemos encontrar ao compararmos o relato do Sermão do Monte em Mateus 5-7 e em Lucas 6. O evento é o mesmo, porém, as palavras utilizadas foram diferentes. Perceba que Deus inspirou ambos os autores; apenas permitiu que cada um expressasse suas ideais com base na própria visão de mundo e maneira de perceber os acontecimentos.
Em alguns momentos Deus ditou ao profeta aquilo que ele deveria escrever (Jr 36:2). Noutra ocasião, o Criador pessoalmente escreveu Sua mensagem – os Dez Mandamentos, como podemos ler em Êxodo 31:18. Porém, no geral, Ele inspira o pensamento (Inspiração Dinâmica) e, para que esse profeta possa comunicar em linguagem humana a vontade divina, o Espírito Santo o guia até mesmo na seleção de ideias contidas em outros materiais não inspirados (Judas 1:9; 14, 15. Aqui o autor bíblico citou uma obra judaica chamada “Assunção de Moisés” e um escrito popular nos dias dele, 1 Enoque).
Por que o Senhor permitiu que Judas fizesse uso de tal material? A Bíblia de Estudo Plenitude (Sociedade Bíblica do Brasil, 2001, p. 1336) explica: “Embora esse escrito (de 1 Enoque) não faça parte das Escrituras Sagradas, a doutrina nesta referência está de acordo com a verdade bíblica”.
Se aceitarmos que Deus inspira não as palavras e sim o profeta, os relatos do evangelhos que parecem contraditórios (exemplo: Mateus 8:28 e Marcos 5:1, 2) serão facilmente compreendidos, pois, aos lermos, saberemos que cada autor escreveu sobre os acontecimentos tendo como base a sua percepção dos fatos.
[Continua...]
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